terça-feira, 19 de abril de 2011

O QUE É UMA VOCAÇÃO?
A Vocação básica
Geralmente, falando de vocação, muita gente pensa logo em vocação para padre, freira, diácono, ministro ou ministra; pensa na vocação à santidade ou na vocação que como cristãos recebemos no batismo. Tudo isso é correto, mas não é tudo. É apenas uma parte, e uma parte muito pequena. É olhar apenas um único tijolo e achar que já viu e conhece a casa inteira que tem muitas paredes, quartos e andares.
Existe uma vocação básica que abrange e fundamenta todas as outras vocações. Eu sou Carlos. Você é Maria, João, Raquel, Alberto. A vocação básica de cada um de nós é procurar ser aquilo que a gente já é: ser Carlos, ser Maria, ser João, ser Raquel, ser Alberto. Todos nós somos Seres Humanos. Foi assim que Deus nos criou e nos quis. Graças a Deus!
A vocação básica de todos nós é ser HUMANO, ser gente. É humanizar nossa vida. É contribuir para que a vida da gente seja de fato vida de gente; para que a vida da nossa sociedade seja mais humana. Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10,10). Quando falamos em vocação cristã, vocação religiosa ou vocação carmelita, não podemos esquecer esta vocação básica. Não se constrói um prédio começando com o terceiro andar. Não dá certo. Tem que começar da base.
Ser chamado pelo nome
Vocação é o mesmo que ser chamado pelo nome. Ora, ser chamado pelo nome é a coisa mais freqüente e mais comum que acontece com cada um de nós: -“João!”  –“Raquel!”  -“Carlos!”  -“Maria!”   Quando alguém chama, você pára, olha e pergunta: “O que há?”
Às vezes, somos chamados por alguém, mas não escutamos. Muito barulho ao redor ou dentro de nós. Pode ser também que o chamado foi muito fraco ou vinha de uma pessoa muda que chamava com um gesto que você não entendeu. Condição para poder escutar o chamado é saber fazer silêncio. Sem silêncio não se escuta nada. Hoje, o que mais nos falta é silêncio.
Alguém chama você porque ele está precisando de uma ajuda. Você dá a sua resposta, se compromete e vai agindo. No fundo, tudo que a gente faz na vida de cada dia é resposta a um chamado, a uma vocação: “Recebi uma chamada pelo telefone e fui!” Há chamados pequenos e chamados grandes: chamado de criança que chora; de mendigo que pede; de amigo que convida. Às vezes acontece que alguém chama, e você responde: “Sinto muito, mas agora não posso”. É que um outro chamado o impede de responder positivamente a este novo chamado. 
São muitas as palavras que usamos para expressar aquilo que escutamos dentro de nós como vocação e à qual procuramos dar uma resposta ao longo dos anos da nossa vida. São palavras comuns que indicam coisas muito comuns, muito humanas: Chamado, Pedido, Recado, Telefonema, Apelo, Convite, Vocação, Convocação, Grito, Lembrete, etc.

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