sexta-feira, 22 de abril de 2011

TARDE DE SEXTA FEIRA SANTA - Benjamin Buelta

Tua vida se via destruída

mas tu alcançavas a plenitude.



Aparecias crucificado como um escravo

mas chegavas a toda liberdade.



Havias sido reduzido ao silêncio

mas eras a palavra maior do amor.



A morte exibia sua vitória

mas a derrotavas para todos.



O Reino parecia esvair-se contigo,

mas o edificavas com entrega absoluta.



Acreditavam os chefes que te haviam tirado tudo

mas tu te entregavas para a vida de todos.



Morrias como um abandonado pelo Pai

mas Ele te acolhia em um abraço sem distancias.



Desaparecias para sempre no sepulcro

mas inauguravas uma presença universal.



Não é apenas aparência de fracasso

a morte do que se entrega a teu desígnio?



Não somos mais radicalmente livres

quando nos abandonamos em teu projeto?



Não está mais próxima nossa plenitude

quando vamos sendo despojados em teu mistério?



Não é a alegria tua última palavra

em meio às cruzes dos justos?

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