segunda-feira, 4 de abril de 2011

Visita de Maria Santíssima

Visita de Maria Santíssima    Primeira Parte
                Introdução.
                Um dos fatos marcantes do catolicismo brasileiro foi o florescimento das comunidades eclesiais de base, à época uma maneira nova de se viver o Evangelho e o Cristianismo. Um verdadeiro fenômeno. Por isso mesmo, objeto da atenção e da fúria de forças antagônicas à difusão do caminho de Jesus. Esse fenômeno se apresentava como um quartel de luta contra a injustiça social, de empenho pela libertação integral da população mais pobre e uma experiência inusitada de vida comunitária participativa.
                O fenômeno das CEBs, como era conhecido também, lembrou-me o começo da história da Ordem do Carmo. Dentro do movimento dos pobres, na Europa da época medieval, lá se foi aquele grupo de cristãos, alguns consagrados e outros leigos, fazer parte da corrida para a Palestina, para eles a Terra Santa. O objetivo era estar com os Cruzados, ajudando-os pela oração e pelo sacrifício a recuperar e manter os lugares santos. Ali, aprenderam a viver como os Apóstolos, no seguimento de Jesus Cristo. Ali, organizou-se um estilo de vida de índole comunitária, que afinal foi abençoado pelo bispo de Jerusalém, dom Alberto de Avogadro, e regulada por normas saídas de sua pena. Nascia, assim, uma verdadeira comunidade eclesial de base, nos moldes da época, vivendo as realidades da época, rezando a Deus pela Igreja daquela determinada e específica época.
                A inspiração original revestiu-se da cultura da região em que se localizaram, o monte Carmelo, uma cadeia de montanhas assinaladas pela atuação do profeta Elias, o profeta da experiência de Deus. Para Elias, o Senhor era uma realidade maior do que tudo, a realidade que o impelia a dar assistência a um povo sofrido, desviado de sua fé, mal governado e afastado da esperança.
                A inspiração estava também na capela que lá se construiu e que expressava bem a devoção que os animava em seu estilo de vida: a capela de Santa Maria. Essa mesma Santa Maria que, hoje, visita esta comunidade[1]; a mesma que, chamada por vários nomes e títulos, após séculos de vivência, é hoje invocada de maneira carinhosa por milhares e brasileiros pelo título de Nossa Senhora do Carmo. Hoje, ela visita esta comunidade que recebe o título de uma de suas filhas carmelitas, uma das mais importantes em todos os tempos. A mãe visita a filha; a mãe visita os devotos da filha; a mãe visita seus devotos, neste tempo de graça que é o mês de julho[2].
                Salve, Maria, mãe dos carmelitas e de todos os homens que se dispõem a crer na verdade de Jesus Cristo, seu filho, Filho de Deus! Nós te damos as boas-vindas e te acolhemos primeiro em nosso coração! Quando estivermos venerando teu nome e tua figura ímpar, estarás vendo que a casa de Teresa é tua casa! Estarás vendo que, com Teresa, estamos te oferecendo uma das casas em que teu filho, divinamente, se oferece a nós no véu da eucaristia! Estarás vendo que, a partir da eucaristia, damos graças a Jesus por seres nossa mãe, ó rainha e esplendor dos carmelitas!
             



Por Frei Martinho Cortez, O. Carm


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